Quantas dimensões tem a realidade em que
vivemos? Normalmente consideramos que o mundo ao nosso redor é tridimensional.
Os objetos que há nele possuem altura, largura e profundidade. Pensar na
existência de uma quarta ou de uma quinta dimensão desafia a estrutura
convencional do pensamento humano. A quarta dimensão transcende tudo o que
vemos ou sabemos através dos cinco sentidos, e exatamente por isso ela
constitui um mistério fascinante.
Quando se estuda geometria, a gente desenha
dois pontos, um aqui e outro ali; traçando-se uma linha reta entre esses dois
pontos, a ela damos o nome de primeira dimensão. É justamente isso, uma linha
de dois pontos, uma dimensão. Mas se prosseguirmos acrescentando linhas após
tinhas, uma ao lado da outra, numa progressão indefinida, temos a segunda dimensão.
Temos um plano, ou uma superfície. E se amontoamos planos sobre planos numa
sucessão indefinida de planos, teremos o que se chama de terceira dimensão; um
sólido, ou um volume. O mundo material e a terra toda pertencem ao universo da
terceira dimensão. A primeira dimensão, a linha, está contida na segunda
dimensão, o plano, e portanto é por ela controlada; e a segunda dimensão está
incluída na terceira, o cubo, portanto, controlada por ela.
A quarta dimensão é aquela em que surgem as três dimensões anteriores; e é também a dimensão transcendente que surge quando se esgotam as possibilidades da realidade tridimensional.
As direções principais nas três dimensões
conhecidas são chamadas de em cima/baixo (altitude), norte/sul (latitude)
e leste/oeste (longitude). Quando falamos da quarta dimensão,
termos adicionais são necessários. Entre aqueles comumente empregados,
incluem-se ana/kata (algumas vezes chamados de spissitude/spassitude), vinn/vout (usados
pelo escritor Rudy Rucker) e upsilon/delta.
Para ser mais preciso, a quarta
dimensão deveria ser identificada com o tempo (ou dimensão
temporal). Todavia, entre as décadas de 1870 e 1920 na Grã-Bretanha e
nos Estados Unidos, a expressão caiu no gosto popular
com o significado de "quarta dimensão espacial" (ou seja,
seria na verdade uma "quinta dimensão") e daí disseminou-se por todos
os campos das artes e ciências, tornando-se "uma metáfora para o estranho
e o misterioso" (Kaku, 2000, p. 41).
A quarta dimensão tem sido assunto de
fascinação popular desde pelo menos 1877, quando ocorreu em Londres o
julgamento do médium Henry Slade, que afirmava ter o poder de manipular objetos
na quarta dimensão (retirá-los de dentro de cofres fechados, por exemplo).
Carlos Cardoso Aveline em um artigo seu diz que "os subníveis inferiores – mais densos – da
quarta dimensão são sugeridos pela existência da eletricidade, dos raios X e da
radiação atômica, que dissolvem as fronteiras fixas do mundo de três dimensões.
A quarta dimensão inclui também o mundo magnético e emocional, em que operam a
atração e a repulsão.
A quinta dimensão dá o espaço mais sutil em que
operam as ideias abstratas. Aqui existem os arquétipos puros da mente divina,
que as filosofias pitagórica e platônica chamam de números e ideias.
A sexta dimensão corresponde ao mundo da
intuição pura, e a sétima aponta para uma realidade suprema – o mundo de atma –
sobre a qual a humanidade não é capaz de fazer descrições ou especulações
detalhadas. Outras relações numéricas
podem ser feitas entre dimensões e princípios da consciência.
A organização da natureza em níveis de
transcendência crescente está exemplificada até mesmo no plano físico. A água é
mais sutil do que a pedra, e o ar é mais sutil que a água. Os objetos da quarta dimensão são mais sutis do
que o ar. Tudo no universo está organizado em escalas de
vibrações, das quais o ser humano, com seus cinco sentidos, só é capaz de
perceber uma pequena parte. São os casos do som e da luz, para citar apenas
dois exemplos. Do mesmo modo como o ser humano não pode captar certas vibrações
luminosas e sonoras, ele também é incapaz de perceber seres e objetos da quarta
dimensão."
O
maior desafio do homem, principalmente neste momento de transição, é justamente
tentar captar algo deste infinito universo da 4ª dimensão, trazendo-o para o
estreito mundo tridimensional.
Paul Yonggi sho, diz que "o reino espiritual da fé pertence à quarta
dimensão. Uma vez que o mundo espiritual abarca a terceira dimensão e sobre ela
paira, por esta incubação da quarta dimensão sobre a terceira, foi criada a
terra. Uma nova ordem surgiu da antiga, e a vida foi tirada da morte, a beleza
foi extraída da feiúra, a limpeza da sujeira e a abundância surgiu da pobreza.
Tudo foi criado belo e formoso pela incubação da quarta dimensão. Então Deus
falou a meu coração: "Filho, assim como a segunda dimensão inclui e
controla a primeira, e a terceira inclui e controla a segunda, assim também a quarta
dimensão inclui e controla a terceira, produzindo a criação da ordem e da
beleza.
O espírito é a quarta dimensão. Cada ser humano é um ser espiritual
assim como físico. Possui a quarta dimensão e também a terceira em seus
corações." Deste modo os homens, explorando sua fé espiritual na esfera da
quarta dimensão, por meio de visões, imaginações e sonhos, podem influenciar a
terceira dimensão, produzindo nela mudança.
Quando se vai às reuniões dos sokagakkai
japoneses, podemos ver muitos que são curados. Alguns de úlceras no estômago.
Outros de surdez, mudez, e os cegos recuperam a vista. Esses iogues e monges
budistas podem, portanto, explorar e desenvolver humanamente sua quarta
dimensão, sua esfera espiritual. Ao lograr uma visão clara, formar quadros mentais
de boa saúde, podem trazer essa saúde sobre os enfermos. Por ordem natural a
quarta dimensão tem poder sobre a terceira, o espírito humano.”
A quarta dimensão é real, é verdade,
é a razão de nossa jornada na terra. Viver o invisível não é fácil, pois fomos educados
para acreditar apenas em nossos sentidos e nós sabemos que eles nos enganam
constantemente, que nossos olhos veem apenas o que querem ver, que os fatos
passam pela leitura que se faz deles e que a história universal está repleta de
terríveis equívocos de julgamento. Viver a quarta dimensão é caminhar com os
olhos espirituais abertos e voltados para o que vem depois, afinal a vida na
terra é uma gota no oceano se comparada à eternidade.
Informações adicionais:
- A quarta dimensão influenciou as criações de Pablo Picasso e Marcel Duchamp, bem como os movimentos cubista e expressionista. A quarta dimensão também foi citada em obras literárias de Oscar Wilde, Fiódor Dostoiévski, Marcel Proust e Joseph Conrad, e está presente em músicas escritas por Alexander Scriabin. Despertou grande atenção de outras personalidades, como William James, Gertrude Stein e até mesmo Vladimir Lenin.
- Salvador Dali usou o tesseract em sua famosa pintura Corpus Hypercubus, ou Crucifixion que retrata Cristo crucificado numa cruz quadridimensional.
- Alex
Garland escreveu um romance intitulado "O tesseracto" (ISBN
85-325-1217-8), onde entrelaça as trajetórias de vida de vários
personagens como se estivesse montando o hipercubo citado
no título.
Salvador Dali | 1904 - 1989 Title: Crucifixion (Corpus Hypercubus) |
ALDER, Vera Stanley. A Quinta Dimensão. Ed.
Pensamento, SP, 1977.
KAKU, Michio. Hiperespaço: uma odisséia
científica através de universos paralelos, empenamento do tempo e a décima
dimensão. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. Série Ciência Atual.
YONGGI SHO, Paul. A quarta dimensão - Um guia
para o viver vitorioso. Tradução de João Barbosa Batista. 1980, Editora Vida.
https://www.filosofiaesoterica.com/investigando-quarta-dimensao/
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