Cientistas norte-americanos afirmam que o que reuniu as moléculas orgânicas da Terra primordial em uma única membrana, que levou à formação de um esboço de célula, pode ter sido uma fôrma de argila. (Leia a matéria completa)
Em 1985, o New York Times já anunciava os avanços na compreensão do papel do barro/argila nos processos que conduziram à vida na Terra:
"A argila possui a capacidade de armazenar e transmitir energia, duas propriedades básicas essenciais à vida. Portanto, os cientistas concluem que o barro poderia ter atuado como um "fator químico" para transformar matérias-primas inorgânicas em moléculas mais complexas."
O que nos leva a pensar que todas aquelas lendas sobre a criação do homem podem ter um GRANDE fundo de verdade:
O segundo capítulo do Gênesis nos diz "Então Elohim modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente." E foi criado o Adão, que não é UMA pessoa, e sim uma coletividade. Na tradição cabalística judaica há a figura do Golem, que é um ser humano criado (por alguém que seguiu certos procedimentos místicos) do barro para ficar trabalhando para o seu criador.
Os Onondagas contam a história da criação assim: o grande cacique das pradarias celestiais cansou-se de sua mulher e lançou-a às infinitas águas turvas. Ela pediu ajuda aos animais marinhos para que retirassem o barro do fundo do mar. O sol secou o barro e pôde instalar-se nele a Mulher celestial, ou a grande mãe Terra.
Os Maias concebem a criação em 13 etapas. Na primeira, Hunab Ku, o Deus uno, fez-se a si mesmo e criou o céu e a terra. Na décima terceira, tomou terra e água, misturou-os e desse modo foi moldado o primeiro homem.
Segundo a mitologia grega, o Titã Prometeu apanhou um bocado de argila e molhou com um pouco de água de um rio. Com essa matéria fez o homem, à semelhança dos deuses, para que fosse o senhor da Terra. Atena, deusa da sabedoria, insuflou naquela imagem de argila o espírito, o sopro divino.
No Egito um baixo-relevo em Deir el-Bahari e outro em Luxor apresentam o deus Cnum modelando sobre a roda de oleiro os corpos respectivamente da rainha Hatshepsout e do Faraó Amenofis III; as deusas colocavam sob o nariz de tais bonecos o sinal hieroglífico da vida (Ankh), para que a respirassem e se tornassem seres vivos.
Entre os Maoris da Nova Zelândia conta-se o seguinte episódio: um certo deus (conhecido pelos nomes de Tu, Tiki e Tané) tomou argila vermelha à margem de um rio, plasmou-a, misturando-lhe o seu próprio sangue, e dela fez uma cópia exata da Divindade; depois, animou-a soprando-lhe na boca e nas narinas; ela então nasceu para a vida e espirrou.
No texto sumério da criação, vemos que o primeiro homem (Adamu) foi criado a partir de uma porção de barro misturado ao sangue dos "Deuses". Após o sucesso do primeiro homem, foram criados mais 14 (sete homens e sete mulheres).
No poema babilônico de Gilgamesh conta-se que, para criar Enkidu, a deusa Aruru "plasmou argila". Na lenda assiro-babilônica de Ea e Atar-hasis, a deusa Miami, intencionando criar sete homens e sete mulheres, fez 14 blocos de argila; com estes, suas auxiliares plasmaram 14 corpos; a deusa rematou-os, imprimindo-lhes traços de indivíduos humanos e configurando-os à sua própria imagem.
No judaísmo é famosa a lenda do Golem, criatura animada (trazido à vida através de um processo mágico) feita de lama/barro.
Segundo o mestre em ciÊncia Everton
Alves no seu texto "A origem da vida pode mesmo estar no
barro[*]":
"o químico Dr. Edwin Emery
Slosson (1865–1929) ficou fascinado ao constatar a coerência da afirmação
bíblica ao encontrar uma precisão química entre os elementos presentes no barro
e no corpo humano: “No pó da terra há dezesseis elementos químicos
diferentes, e no corpo humano há esses mesmos dezesseis elementos químicos!”[1]
Slosson fez essa afirmação, destacando que havia ainda outros elementos a serem
descobertos e que apesar de seus esforços, ainda não havia conseguido
identificá-los.
Décadas mais tarde, o biólogo terrestre
Dr. Kevin Lee Griffin, em um de seus artigos intitulado “A composição
elementar da vida”, classificou 26 elementos químicos do solo que também
estão presentes (em quantidade variável) na composição do corpo humano.[2]
Portanto, conforme afirma o rabino Tzvi Freeman: “Evolução e Gênesis ambos
concordam que o homem começou como um punhado de barro.
A evolução diz que se
você deixar barro suficiente por tempo suficiente, aquilo terminará se tornando
um ser humano que vai construir computadores e naves espaciais. O Gênesis diz
que você precisa de uma força inteligente para que isso aconteça.”[3]
Em 2003, uma pesquisa publicada na
revista Science sugeriu que, tal como é relatado na Bíblia, a
vida na Terra possivelmente tenha surgido do barro.[4] Cientistas afirmaram ter
conseguido reunir elementos do barro que são fundamentais no processo inicial
de formação biológica. Entre eles, uma substância
chamada “montmorillonite” que participa da formação de depósitos
gordurosos e ajuda as células a compor o material genético chamado RNA (ácido
ribonucléico), indispensável para a origem da vida.
Segundo os cientistas, a argila ou o
barro podem ser catalizadores das reações químicas para a criação do RNA a
partir dos nucleotídeos. Também descobriram que a argila acelera o processo de
criação de ácidos graxos nas vesículas, elementos essenciais para a síntese de
RNA. Para os pesquisadores, “a formação, crescimento e divisão das primeiras
células pode haver ocorrido como resposta a reações similares de partículas minerais
e agregados de material e energia”.[5]
Em 2013, outro estudo indicou que
alguns tipos de argilas (barro) facilitaram a geração espontânea de vida
(moléculas orgânicas) da matéria inanimada há [supostos] milhões de anos.[6] A
argila contém uma série de minerais, tais como alumínio, silício e oxigênio, e
sua composição forma uma substância chamada “hidrogel”.
Esse polímero
facilitaria a síntese de proteínas, DNA e demais componentes que tornam uma
célula viva. Nos testes em laboratório, esses hidrogéis de argila apresentaram
uma função de confinamento (lugar seguro e protegido) para biomoléculas e
reações químicas, pois essas moléculas orgânicas tendem a aderir à superfície
da argila, evitando sua degradação por enzimas “nucleases” (consideradas prejudiciais).[7]
Diante disso, uma questão pertinente
levantada pelo jornalista Michelson Borges é: “De onde veio esse barro?”[8]
Como podemos ver, a ciência nos diz que é possível a vida ter se originado do
barro. Porém, não pode nos dizer como isso aconteceu. Embora pessoas estudem a
origem da vida e do Universo, ainda há muitas coisas que não serão reveladas.
Mas em relação a essa, a revelação já nos foi dada (embora seja ignorada) e
pode ser encontrada em Jeremias 27:5:
“Eu fiz a terra, o homem e os animais que
estão sobre a face da terra, com o Meu grande poder, e com o Meu braço
estendido...”
ReferÊncias:
[*] ALVES, Everton Fernando. A origem da vida pode mesmo estar no barro. In:________. Revisitando as Origens. Maringá: Editorial NUMARSCB, 2018, p.99-101.
[1] Wroth M. In the Editor’s Mailberg. "Counter evidence" (February 28, 1964). Eugene Register-Guard Newspaper, Eugene, Oregon, United States. Disponível em: https://news.google.com/newspapers?nid=1310&dat=19640228&id=-_tVAAAAIBAJ&sjid=E-MDAAAAIBAJ&pg=4893,5862506&hl=pt-BR
[2] Griffin K. "The elemental composition of life." Disponível em:http://eesc.columbia.edu/courses/ees/life/lectures/lect21.html
[3] Freeman T. “A teoria da evolução combina com o judaísmo?” Chabad.org, 2012. Disponível em:http://www.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1759826/jewish/A-Teoria-da-Evoluo-Combina-Com-o-Judasmo.htm
[4] Hanczyc MM, Fujikawa SM, Szostak JW. “Experimental models of primitive cellular compartments: encapsulation, growth, and division.” Science. 2003 Oct 24; 302(5645):618-22. Disponível em: http://www.sciencemag.org/content/302/5645/618.abstract?sid=b05eecc9-c700-4edc-b805-229704a8a918
[5] Agência EFE. “Origem da vida pode estar no barro, diz estudo” [out. 2003]. Notícias Terra, 2003. Disponível em:http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI195749-EI238,00.html
[6] Yang D, Peng S, Hartman MR, Gupton-Campolongo T, Rice EJ, Chang AK, Gu Z, Lu GQ, Luo D. “Enhanced transcription and translation in clay hydrogel and implications for early life evolution.” Sci Rep. 2013 Nov 7; 3:3165. Disponível em:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3819617/
[7] Steele B. “Before cells, biochemicals may have combined in clay.” Cornell Chronicle, 2013. Disponível em:http://www.news.cornell.edu/stories/2013/11/chemicals-life-may-have-combined-clay
[8] Borges M. “A origem da vida e a teoria da evolução.” Criacionismo.com.br, 2014. Disponível em: http://www.criacionismo.com.br/2014/08/a-origem-da-vida-e-teoria-da-evolucao.html
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