domingo, 7 de outubro de 2018

O homem, a besta, o Buda, ou o que é o homem?

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O que é exatamente o Homem? 
Homem é um mero talvez, uma possibilidade, um potencial, um tornar-se, um desejo. O homem ainda não é. O homem ainda tem que ser.
Esta é a agonia do homem e também seu êxtase. A besta ‘é’ – não existe possibilidade de crescimento. É um produto final.
Não existe possibilidade de seguir, de procurar e ser.
A partir disto não existe liberdade
A besta está no estado de absoluta escravidão. A besta vive e morre sem saber que vive e morre. A besta “é”, mas não sabe que ela é.
O homem “é” e sabe que é, mas não sabe quem ele é.
O homem é um constante processo. Alguma coisa está sempre acontecendo, está sempre na eminência de acontecer.
O homem é uma excitação, uma aventura, uma peregrinação.
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Nenhuma besta pode fugir do seu destino. Isto está sempre pré-determinado. A besta tem um fardo absoluto. Nada será de uma outra forma. A besta é pré-programada.
O homem não tem pré-programação mas somente uma abertura. Mil e umas coisas são possíveis. E disto vem a ansiedade: “De ser isto ou ser aquilo? De ir para oriente ou para o ocidente? De viver deste ou daquele jeito? O que é certo? O que irá me preencher?”
A cada momento o homem tem que decidir. E, obviamente, quando você decide, existe um temor. Você pode sempre estar errado. Na verdade, as possibilidades de estar errado são maiores. Dentro de mil formas, somente uma será a certa. E disto vem a maior das trepidações, das angústias. “Eu devo fazer isto?”
Serei bem sucedido sendo eu mesmo? Ou será só mais um longo e fútil esforço para no final encontrar fracasso e frustração? Estarei preparado para conhecer a vida abundante? Esta vida será uma base para a chegada de uma vida melhor? Ou não existe nada além de morte? Só existe uma caverna no final ou existe algo mais?”
O homem é um ser aberto. Tudo é possível, mas nada é garantido.
A besta é absolutamente certa. Tem uma definição. O homem não tem definição.
Então, quando você me pergunta: O que é o homem exatamente? Você me faz uma pergunta errada. O homem não é nada exatamente. Ele é desejo indefinido, um sonho muito indeterminado de coisas que podem ser possíveis e talvez impossíveis. O homem é uma hesitação. Cada momento é tomado por hesitação, porque qualquer passo que é dado errado, pode destruir toda sua vida.
O homem pode perder. Nenhuma besta pode jamais perder. Mas porque o homem pode perder, ele também pode ganhar. As duas coisas vem juntas. O homem pode crescer. O homem é crescimento. Um mero talvez pode se tornar um fato. O potencial pode se transformar em realidade. Uma semente pode se tornar um florescer. Algo que ainda não se manifestou pode se manifestar e então haverá um grande explendor, uma grande benção.
O Buda é, sabe que ele é e também sabe quem ele é. Estes são os três estados do crescimento: a besta, o homem, o Buda. A besta tem somente uma dimensão – ela é, ela existe eternamente sem saber que existe. A partir disto não pode pensar na morte.
A morte não é problema para a besta. A morte só pode ser um problema quando você sabe que você “é”.
Com isto emerge o medo em saber que um dia você não será – porque existiu um tempo quando você não foi e vai existir um tempo que você não será. Sua existência é momentânea.
Você pode desaparecer a qualquer momento. Você vai desaparecer um dia. A morte está fadada a acontecer. E somente o homem sabe a respeito da morte.
É por isto que o homem cria religião. A religião é uma responsabilidade do homem pela possibilidade da morte. É um esforço do homem em superar a morte. Nenhum animal é religioso, não pode ser. Sem a consciência da morte, não há possibilidade da religião existir. Mas, antes de estar consciente sobre a morte, você precisa se tornar consciente de que você “é”. Esta é a condição básica.
Então, o homem “é” – e também se torna consciente e apreensivo de que a qualquer momento não “será”.
O tempo é curto. Para a besta o tempo é não-existencial. A besta vive no mundo atemporal.
A cada momento não pensa sobre o passado e nem imagina sobre o futuro.
O homem não consegue viver no presente. Ele pensa no passado e toda a nostalgia. Os dias que foram dourados e não são mais. Pensa, imagina e fantasia sobre o futuro – os dias como deveriam ser.
O homem vive no passado e no futuro. As bestas vivem somente no presente, mas não estão consciente que é o presente. Só quem está consciente do passado e do futuro pode viver o presente, porque o presente é o sanduiche entre o passado e o futuro.
Os animais não tem ansiedade. A memória não os perturba e as imaginações não mexem com seus corações. Eles são simples. A existência não é complexa para eles. Em quanto eles vivem, eles vivem; quando eles morrem, eles morrem. Eles são inocentes. O tempo não teve acesso para corromper seus seres.
Mas o homem vive no tempo. Esta ciente de que ele “é”, mas não consciente de “quem ele é”. E isto se torna um grande problema: Quem sou eu? Este é o questionamento básico que todo homem pode fazer. Fora desta questão básica é tudo filosofia, tudo religião, poesia, arte – formas diferentes de emergir a pergunta básica: Quem sou eu? Diferentes maneiras de responder a isto, mas a pergunta é uma só: Quem sou eu?
Se você tentar compreender a vida do homem, você verá que persiste esta pergunta isolada. Sim, o homem que é louco por dinheiro está também tentando responder a pergunta: Quem sou eu? Por ter dinheiro, ele pensa que sabe quem ele é – ele saberá que é um homem rico. Ele terá uma certa identidade. O homem que está buscando pelo poder, basicamente está tentando responder a pergunta : Quem sou eu? Por se tornar um primeiro ministro de um pais ele saberá: Eu sou o primeiro ministro.
Mas estas respostas são superficiais e na realidade não vão satisfazer. Podem satisfazer somente aos medíocres. Não podem satisfazer a pessoa realmente inteligente. Mesmo quando você se torna muito rico, sua inteligência vai persistir perguntando, Quem é você? Sim, você tem dinheiro mas quem é você? Você não é o dinheiro – você não pode ser aquilo que possui. Quem é este que possui? Sim, você se tornou o primeiro ministro de um país, mas isto é só uma função, que não é o seu ser.
Quem é você? Quem é esta pessoa que não era o primeiro ministro e agora é, e amanhã talvez não seja? Esta posição de primeiro ministro é só um episódio – na vida de quem?
O questionamento persiste. Ele não pode ser respondido por este comportamento superficial. Mas, basicamente o homem está tentando fazer isto. Ele se torna um marido, uma mãe, pai, isto ou aquilo…mas a urgência é de alguma forma em ter uma identidade: “Eu sou esposa, eu sou marido, eu sou pai, eu sou mãe.” Você ainda não respondeu a questão. Ser uma mãe ou ser um pai é só uma casualidade, na superfície. Seu ser mais íntimo permanece intocado.
Estas identidades são muito frágeis e o homem vive constantemente nesta crise de indentidade. Ele tenta arduamente encontrar uma definição para si mesmo, mas segue adormecido fora de seu controle.
Somente uma pessoa religiosa realmente faz o questionamento e pergunta na direção certa.
O Buda existe assim como a besta. O Buda sabe, assim como o homem de que ele “é”. Mas uma terceira dimensão se abre: ele sabe quem ele “é” – o Buda conheceu seu ser mais íntimo. Ele não está buscando por uma identidade no mundo de fora, porque neste mudo não existe nenhuma identidade.
Você pode ter uma linda casa, mas isto é do mundo exterior. Você pode ter lindas obras, pinturas, artes, mas elas são do lado de fora! Elas não podem te definir. Você permanece indefinido diante delas. Um dia esta casa pode incendiar e toda sua identidade é queimada, e você fica parado na rua, de novo se perguntando:
“Quem sou eu ?”
Estes são os três estágios. E quando eu me refiro a besta, digo que existem muitos homens que vivem como a besta.
O homem é a ponte entre a besta e o Buda. Lembre-se, o homem é a ponte. Não faça sua casa em cima da ponte; não é isto que a ponte significa. A ponte deve ser atravessada. Não permaneça um homem, desta forma você permanecerá ansioso e angustiado.
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O homem precisa se tornar um Buda. Criar esta profunda vontade, um intenso desejo de se tornar um Buda. Faça disto uma busca apaixonada. Coloque toda energia que você tem, nisto. Torne-se uma chama deste desejo…e você pode se tornar um Buda. E no dia que você se torna um Buda, você se torna um ser de novo – e um ser de alto nível. Não existe nada mais elevado que isto.
Osho



desejo felicidadeS🙈🙉🙊

'MEMENTO MORI'💀





Daniel Bastos

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