domingo, 14 de março de 2010

Os sonhos, as nuvens e o Algodão doce

Era sexta-feira, por volta de 12hs. Ela saiu apressada do trabalho, tinha apenas uma hora de almoço e não ia almoçar. Aproveitaria esse tempo para estudar para a prova que faria a noite na faculdade. Trabalhava em um escritório no centro da cidade. Só conseguiu esse emprego porque sabia falar inglês (e ninguém acreditava quando ela dizia que aprendeu estudando fascículos oferecidos semanalmente por um jornal apenas trocando alguns selos que vinha na capa). Passou em frente a uma papelaria, e algo lhe chamou a atenção. Estava na vitrine em destaque, ela parou, olhou, suspirou e sorriu ao ver uma mochila da “moranguinho”. Caiu na caixa das lembranças e longe se foi...

Sempre foi uma sonhadora, sonhava e tinha muitos anseios e desejos.
Tinha vinte e poucos anos, e sua primeira lembrança foi um sonho não realizado.
Tanto que sonhou com uma festa de quinze anos... tanto que se imaginou como uma princesa nessa festa a bailar no salão com seu príncipe. Mas o dinheiro que os pais tinham não lhe possibilitou nem mesmo um presente nessa ocasião.
Lembrou que sonhava em ser professora, mas desse sonho desistiu por falta de vocação que logo percebeu ao entrar na adolescência.

Sonhava que as nuvens cor de rosa que avistou um dia, eram algodão doce. E ficava a imaginar como o moço da praça conseguia colher o algodão doce no céu.
Dizia para seu diário que Papai do céu é tão bom que encheu a terra das coisas boas que Ele tem lá. E ficava imaginando os anjos que ela ouvia falar na Igreja, no céu, voando para lá e pra cá numa imensa fábrica de nuvens de algodão doce.
Ás vezes sonhava que subia numa colina, alcançava a nuvem rosa e com um pequeno galho ela catava um pedaço da nuvem e saía correndo.

Sonhou como seria seu primeiro dia na escola, sonhou como seriam seus cadernos, sua mochila. Ela sonhava com uma mochila da moranguinho, toda cor de rosa...
Ouviu a sirene de uma ambulância, assustada despertou de seus devaneios, olhou para o relógio, não se passara nem um minuto desde que observou a mochila da vitrine.

Sentiu seu rosto molhado pela lagrima que escorria. Um senhor que passava perguntou se estava tudo bem. Ela sorriu e fez que sim com a cabeça.
Lembrou-se que seus sonhos a conduziram até ali. Estava terminando a faculdade, ia se casar em poucos dias, era uma profissional bem sucedida.
Lembrou-se que vale a pena sonhar, sentiu a esperança arder dentro de si. E disse para si mesma que nunca é tarde para se sonhar e realizar.



desejo felicidadeS🙈🙉🙊
'MEMENTO MORI'💀


Daniel Bastos

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