terça-feira, 28 de agosto de 2018

Jesus, o maior filósofo que já existiu


O filósofo norte-americano Peter Kreeft, em seu The Philosophy of Jesus –  traduzido para o português com o título marotamente marketeiro "Jesus, o maior filósofo que já existiu" – destaca que num certo sentido Jesus Cristo também é um filosofo, não só por conta do conteúdo da sua mensagem, mas também pela forma com que a apresentava, para que os homens apreendessem o sentido mais profundo de seus ensinamentos.


Kreeft apresenta na obra os pareceres definitivos do Mestre dos mestres nas quatro disciplinas fundamentais da filosofia. Há uma metafísica de Jesus: Ele responde o que é o ser, o que é o real. Há uma epistemologia de Jesus: Jesus responde como podemos conhecer a realidade, e também apresenta os limites do conhecimento humano. Há a ética de Jesus e enfim Há a antropologia do Logos Encarnado: “Ele é o homem como o homem foi planejado para ser”, diz Peter Kreeft, que, em seguida, denuncia: “Toda psicologia, sociologia e antropologia secular é fundamentalmente oblíqua em seu próprio fundamento, pois assume, de forma errônea, que seu objeto de estudo, o homem, se encontra em seu estado natural”.

O filósofo está correto. Sem levarmos em conta a Queda, nossa condição de seres caídos, imersos no pecado, não entederemos a Cristo, seu sacrifício, e a nós mesmos. A confusão moderna e as tragédias da modernidade encontram aí sua raíz. E então adentramos nas questões centrais da quarta grande disciplina filosófica: a ética do Salvador filósofo. Como viver? Como agir? Como se portar? Nossa cultura rejeita a moralidade cristã por rejeitar a Cristo, avisa Kreeft. 

Muitos substituíram o liberalismo, o conservadorismo ou algum outro “ismo” por Cristo e cooptam Cristo para a causa deles. Cristo não pode ser cooptado por nenhuma causa; todas as causas têm de ser cooptadas por ele. Todos os “ismos” são abstrações. Até mesmo o “ismo” perfeito, se houver algum, não pode nos salvar nem nos amar. [Peter Kreeft]

Mas Ele é a refutação do relativismo: mais que um argumento perfeito, Ele é a Pessoa Perfeita. “Os argumentos mais irrefutáveis são sempre fatos, dados, realidade concreta”, lembra o autor, evocando um tema que, vergonhosamente, e por conta dos que rejeitam a Cristo, ainda integra o debate político: “o argumento mais eficaz contra um aborto é simplesmente assistir a um aborto”. Aquele que diz: “quem vê a mim, vê ao Pai, se apresenta e diz: “Segue-me”. 

E na santidade o homem encontra sua realização plena, pois foi criado santo, sem pecado. Nela encontra a resposta também da metafísica. Pois um santo é um homem mais parecido com Cristo, que é o fundamento de toda a realidade. É nessa ética que a plena percepção do real pode se ser encontrada, ainda que com limitações: “em parte conhecemos, em parte profetizamos”. Kreeft aborda estas questões decisivas para a saúde espiritual de todo e qualquer ser humano com um texto leve, mas com argumentação sólida.


Peter Kreeft, sem se omitir a respeito do grande vilão em nossa sociedade: a Cristofobia, declara que vivemos numa época revolucionária; denuncia o pensamento “politicamente correto”, o falso conceito de “tolerância” vigente, e o fraco fundamento dos secularistas para a solidariedade: nossa origem comum, que, segundo estes, é o macaco. “Um fundamento não muito bom”, ironiza. Também critica a chamada revolução sexual. “Cristo modifica radicalmente a revolução sexual. Como ele faz isso? Não ao contrapor religião e sexo, mas ao contrapor a verdadeira e a falsa religião”. Imagino que Kreeft sabe o quão sensíveis são às críticas os autoproclamados defensores da diversidade e do pluralismo; pessoas, que, no fim das contas, são os mais ferrenhos dogmáticos das religiões políticas que geraram as grandes matanças do século XX.




Jesus, o maior filósofo que já existiu convida cristãos tendentes ao irracionalismo e ao desleixo em relação à vida intelectual, como é boa parte dos cristãos do Brasil, a uma vida mais parecida com a de seu Mestre e a de seus grandes discípulos que surgiram ao longo da história. Filósofos, teólogos, mártires, missionários, avivalistas, em várias épocas, mergulhavam nas obras clássicas que tratavam das grandes questões relativas à vida humana. Assim, seguiam a ordenança do apóstolo Paulo à igreja de Filipos (4:8):

Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

Dispersa no entretenimento virtual, nossa (a minha; também sou um filho dessa derrocada cultura caótica) geração pode encontrar, em obras como esta, um incentivo à busca do vigor intelectual necessário para “responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês”, como ordenou o apóstolo Pedro (1. Pe.3:15), e seja possível dizer que “destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus” (2.Co. 14: 4b).

Os cristãos têm em Jesus alguém que é mais que um filósofo, é o próprio Logos, é o fundamento de toda a existência e de toda a realidade. 


Que cada um de seus discípulos esteja cada vez mais disposto a mergulhar na sabedoria de seu Mestre.

"Esforço-me para que eles sejam fortalecidos em seu coração, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento." (Cl 2,2-3)

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desejo felicidadeS🙈🙉🙊
'MEMENTO MORI'💀

Daniel Bastos

Adaptado
Fonte: Gospel+ - Edson Camargo

KREEFT, Peter. Jesus: o maior filósofo que já existiu. 1 ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009.

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