Na avenida mais movimentada do bairro
Carros, ônibus, taxi e pessoas, muitas pessoas.
Muitas pessoas, pessoas e taxi, ônibus, carros...
Um movimento sem fim, pra lá e pra cá
O vento sopra
O farol abre e os pedestres apressados atravessam
Lá vai uma senhora, cabelos brancos, toda uma vida com ela
Alguém apressado esbarra na bolsa em seu braço
A bolsa cai, o sinal fecha
O vento sopra
De dentro da bolsa, vários álbuns caem também no chão
Ela tenta segurar, os carros buzinam e começam a passar
Ela fica ali no meio da avenida
Por um momento não sabe mais o que fazer
O vento sopra
As fotos se espalham pelo chão
Umas coloridas, outras em preto e branco
Memórias registradas, momentos eternizados
Uns ficam embaixo das rodas, outros são pisados
O vento sopra
Ela se abaixa no meio da avenida
E sem se importar com os carros
Começa a juntar seu tesouro
Recolhe memórias pelo chão
O vento sopra
Meu amor... Eu sou suspeita em comentar seus textos. Mas eu admiro muito essa sua capacidade de poetizar os fatos do cotidiano. Enquanto lia esse texto, é como se estivesse revendo essa cena e ouvindo sua voz como narrador.
ResponderExcluirGostei disso... e vc sabe o quanto sou critico... rsrsrs.. gostei mesmo disso...
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