janela, observei a torre da velha capela. O vento soprava fraco e a chuva lá fora caía. Perdi o sono outra vez, não havia completado nem uma hora desde que me deitei.
Refletindo, caí na caixa das lembranças. Resgatei o que está guardado no mais profundo e na caixa das lembranças encontrei muito de mim. Momentos que vivi, e com intensidade eu os vivi. Quantas lembranças...
Lembranças que estão por cima. Lembranças que estão por baixo. Lembranças que estão de lado... Uma mistura de emoções me invadiu e naqueles instantes eu chorei, sorri, suspirei, e me senti vivo. Abri a caixa das lembranças e surpreso percebi que não havia nada lá dentro. Por alguns instantes não entendi. Novamente me pus a refletir. Sentia lá no fundo, guardada bem dentro de mim a Esperança despontar. E de repente entendi, que novas coisas vêm. Novas alegrias, novas lagrimas, novos momentos. Minha caixa das lembranças continua a ser preenchida, e agora posso preenche-la por dentro. Na minha caixa das lembranças ainda cabem muitas coisas. Pois ainda tenho muito o que viver, muito o que aprender, muito o que realizar.
Fechei a caixa, guardei, olhei novamente pela janela e em paz adormeci.
Daniel Bastos